Gaeco investiga quadrilha que lavava dinheiro do tráfico com uso de empresas e laranjas em Manaus
Operação “Véu de Areia” foi realizada no início da manhã desta terça-feira (05/8). Os crimes envolvem tráfico interestadual de drogas, organização criminosa e lavagem de capitais

Uma organização criminosa envolvida com o tráfico interestadual de drogas operava um esquema de lavagem de dinheiro em Manaus com o suporte de empresas e pessoas físicas, segundo revelou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nesta terça-feira (05/08). A operação teve como alvo 11 suspeitos, entre eles o suposto líder do grupo, que estaria coordenando o envio de drogas para estados como São Paulo, Minas Gerais, Pará e Rio Grande do Norte.
As informações foram detalhadas em coletiva de imprensa realizada na sede do Ministério Público do Amazonas (MPAM), onde o Gaeco explicou o funcionamento da organização. De acordo com os promotores, o esquema funcionava em duas fases: na primeira, a droga era enviada para fora do estado; na segunda, o dinheiro retornava e era “esquentado” com o auxílio de empresas registradas em nomes de terceiros, os chamados “laranjas”.
A promotora Priscila Carvalho, que acompanha o caso, afirmou que as investigações ainda estão em curso e correm sob segredo de Justiça.
“Ainda estamos levantando quem realmente exercia as funções de traficante e de empresário. Há um processo em andamento, que não permite conclusões definitivas neste momento”, explicou.
Mesmo assim, medidas cautelares já foram autorizadas pela Justiça. Entre elas, o cumprimento de mandados de prisão e busca e apreensão, incluindo no condomínio Forest Hill, na avenida Torquato Tapajós, zona Norte da cidade.
Prejuízo milionário
Além das prisões, a operação também resultou no bloqueio de 18 imóveis e no sequestro de cerca de R$ 10 milhões em contas bancárias, veículos de luxo e outros bens. Os nomes dos envolvidos ainda não foram divulgados oficialmente.
A promotora destacou que os investigados podem ser presos ao longo do processo, de acordo com o avanço das diligências. “Todas as medidas tomadas até o momento são cautelares. Os denunciados ainda não foram julgados e o trabalho do Gaeco continua para aprofundar as provas e conexões do esquema”, acrescentou.