Valdemar cita exageros, mas diz que ‘temos que respeitar’ condenação de Bolsonaro

Líder do PL reconhece que houve ‘planejamento de golpe’, mas disse que preparação não se consumou

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, afirmou que a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo STF (Supremo Tribunal Federal) foi exagerada e ocorreu porque há apoio do governo Lula (PT) à corte, mas disse que a decisão deve ser respeitada.

“O Supremo decidiu, nós temos que respeitar”, disse durante debate no Rocas Festival, em Itu (102 km de São Paulo), neste sábado (13). Ele também reconheceu que houve um planejamento para um golpe de Estado, mas disse que a preparação não se consumou.

Para os crimes de golpe de estado e abolição violenta do Estado democrático de Direito, a legislação brasileira prevê punição a partir da tentativa de execução. Sob essa lógica, se o golpe fosse consumado, não seria possível punir seus autores.

O evento foi marcado por discussões políticas entre pré-candidatos de direita. Estavam presentes o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), todos cotados como presidenciáveis para o ano que vem. Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e secretário do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também participou do debate.

“O Supremo só está fazendo isso porque tem o apoio do governo, o Lula está do lado deles”, afirmou Valdemar ao deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos-SP), que mediou a conversa entre ele e Kassab.

A Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado.

“O Trump não vai perder essa guerra”, repetiu Valdemar durante o evento. Em videocast produzido pelo grupo Esfera, o político já tinha afirmado que Donald Trump não deseja o mal para o Brasil e reiterou sua confiança na candidatura de Bolsonaro em 2026.

“Tenho certeza que o tarifaço o Trump acerta. Gradativamente. Não tenho dúvida. Ele não quer o mal do país, só não quer que façam injustiças no Brasil”, disse.

Para o presidente do PL, o STF “tem exagerado em todas as questões”. Quando questionado sobre as eleições presidenciais de 2026, ele se disse confiante na união entre partidos de direita e na formação da maioria no Congresso.

“Temos que ter um governo de direita com o Congresso na palma da mão”, disse Valdemar. “O Bolsonaro não tinha o Congresso do lado dele, quando ele precisava de algo tinha que pôr emenda para aprovar”.

Afirmou também que conseguir o controle da Câmara e do Senado é o único jeito de pautar e aprovar a anistia.

“O nosso grande problema é que teve aquela bagunça no 8 de Janeiro e o Supremo disse que foi golpe, um absurdo”, diz Valdemar, que afirmou que “houve planejamento de golpe, mas não o golpe”.

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