Instrutores de trânsito protestam em Manaus contra proposta que flexibiliza exigência de autoescolas

Os manifestantes alegam que a medida pode fragilizar o processo de formação de novos condutores e aumentar o risco de acidentes

Instrutores de autoescola de todo o país, incluindo os de Manaus, foram às ruas nesta quinta-feira (23/10) para protestar contra a proposta do Ministério dos Transportes que pretende acabar com a obrigatoriedade das autoescolas na formação de motoristas. Em Manaus, o ato começou por volta das 7h no Complexo de Exame de Direção Veicular (CEDV), no bairro Santa Etelvina, e seguiu em carreata pelas principais avenidas da capital, com encerramento previsto para 10h30.

Os manifestantes alegam que a medida pode fragilizar o processo de formação de novos condutores e aumentar o risco de acidentes.

“Fragilizar a formação é colocar vidas em risco. As autoescolas garantem responsabilidade, técnica e preparo. O governo está enganando a população dizendo que vai baratear o processo — pelo contrário, vai encarecer e reduzir a carga horária”, afirmou Miranildo Pereira, representante da categoria no Amazonas.

A manifestação, que reuniu dezenas de instrutores e veículos, teve paradas na Sede do Governo, Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e Avenida Brasil, com faixas e carros de som pedindo diálogo com o governo federal.

Mudança em análise no Ministério dos Transportes

A proposta federal prevê a criação da figura do instrutor autônomo, profissional que poderá oferecer aulas práticas de direção sem estar vinculado a uma autoescola.
Segundo o ministério, a medida busca ampliar as oportunidades de emprego e dar mais liberdade aos candidatos à CNH na escolha do instrutor.

O instrutor autônomo deverá fazer curso de capacitação pedagógica e técnica, obter autorização do Detran e ser registrado junto à Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
Os veículos usados nas aulas precisarão cumprir todas as exigências do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e conter identificação específica.

Categoria teme desvalorização e aumento de acidentes

Para os instrutores, a proposta pode abrir espaço para a informalidade e comprometer a qualidade do ensino. Eles afirmam que o acompanhamento profissional é essencial para reduzir o número de sinistros nas vias.

Mobilização nacional

Em São Paulo, o protesto começou ainda na noite de quarta-feira (22), quando instrutores estacionaram veículos na Ponte Estaiada, zona Sul, e seguiram em carreata até a Alesp. Em Pernambuco, os Centros de Formação de Condutores (CFCs) também realizam atos nas ruas do Recife, com o lema “Educação no trânsito salva vidas”.

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